Instituições ijuienses posicionaram-se ontem contrárias ao projeto do governo do Estado que prevê a prorrogação dos contratos de pedágios por mais 15 anos. Após audiência pública realizada na Câmara de Vereadores, foi elaborado um documento de mobilização contra o projeto que será enviado à Assembléia Legislativa. A intenção é evitar a votação do projeto, prevista para a próxima terça-feira, dia 16. "O projeto de lei tem de ser rejeitado em defesa do interesse público da sociedade gaúcha, eis que é de legalidade duvidosa e antagônico à responsabilidade social do Estado", diz o documento. As manifestações dos participantes foram unânimes no que se refere à indignação com a atitude da governadora Yeda Crusius, que, cinco anos antes do vencimento dos contratos, encaminhou à Assembléia, em regime de urgência, projeto prevendo a renovação das concessões de exploração das rodovias gaúchas até 2028. O vereador Sérgio Pires (PT) e o presidente da Câmara, Marcos Barriquelo (PDT), destacaram que todas as Câmaras gaúchas deveriam encaminhar moções à Assembléia para se mobilizar contra o que chamaram de abusos. O presidente do Fórum Estadual dos Coredes, Paulo Frizzo, lembrou que os Coredes têm posição histórica favorável aos pedágios comunitários, que, segundo ele, apresentam vantagens em relação aos pólos concedidos. "Mais de 75% dos recursos arrecadados nos pedágios comunitários são para melhorias, manutenção e investimentos nas rodovias, enquanto nos pólos concedidos, este índice não chega a 25%, e os recursos são investidos apenas em manutenção", relatou Frizzo, lembrando que os Coredes já manifestaram sua posição à governadora. "Se formos ter pedágios, que sejam comunitários", complementou o presidente do Corede-Norc, Gilmar Bedin, exaltando o modelo de pedágios administrado pelo Estado em substituição ao atual, "ultrapassado e oneroso". Ele também questionou a pressa da governadora em encaminhar o projeto. A mesma opinião foi defendida pelo prefeito Valdir Heck. "Cobrar pedágio é um imposto indireto, mas como o Estado está em dificuldades, que se busque a alternativa dos pedágios comunitários, que não servem para enriquecer meia dúzia às custas da sociedade", disse, lembrando que este é o posicionamento da Amuplan. Algumas das críticas mais ferrenhas partiram do presidente da CUT/RS, Celso Woicechoski. "Por que prorrogar cinco anos antes?", indagou, sugerindo que a intenção seja arrecadar caixa para a próxima eleição. Ele também lamentou não ter havido diálogo sobre o projeto, e disse que deverão ser realizados protestos até a data da votação. O coordenador do movimento União Brasil Caminhoneiros Noroeste, Carlos Alberto Litti Dahmer, manifestou a posição contrária do movimento a qualquer tipo de pedágio. "O Estado tem que dar condições de boa trafegabilidade", disse. O documento é assinado pela Câmara Municipal de Ijuí, poderes executivos de Ijuí, Cruz Alta e Pejuçara, Fórum Estadual dos Coredes, Corede Noroeste Colonial, Central Única dos Trabalhadores (CUT/RS), Movimento União Brasil Caminhoneiros, Associação dos Caminhoneiros de Ijuí, Intersindical, 31º Núcleo do Cpers/Sindicato, Sinteep, DCE - Unijuí, Sindicato dos Metalúrgicos de Ijuí, Ueti e Codemi.
Fonte: Jornal da Manhã - Ijuí
|