Permanece vaga e ambígua a correlação entre as dimensões física e cultural do homem. Tal ambigüidade levanta a dúvida quanto ao problema de ser o homem causa ou resultado, criatura ou criador de seu patrimônio cultural. A questão do determinismo ou da liberdade da condição humana extrapola o âmbito da antropologia e convoca a uma perspectiva inovadora no campo das ciências humanas, trazida pela psicologia: o conceito psicanalítico de inconsciente. Essa noção, que foi a principal descoberta de Sigmund Freud, veio mostrar que o psiquismo não é redutível ao consciente e que certos conteúdos psíquicos só se tornam acessíveis à consciência depois de vencidas certas resistências.
Para a sociologia, o homem, como ser social, é resultado de processos sociais e de cultura que antecedem ao aparecimento do indivíduo. O homem nasce com uma base orgânica, que o permite desenvolver-se em pessoa. Seus órgãos e sentidos estabelecem o contato entre o que é verdadeiramente hereditário, natural e individual, e a vida social e a cultura. O comportamento humano dá-se num quadro de circulação permanente de informação. Cada homem recebe ininterruptamente estímulos diversos e diversamente organizados, aos quais responde por comportamentos. Se isso é verdadeiro para qualquer ser vivo, no homem se distingue pelas propriedades de sistematização, de transferência e de significação.