Novos textos antigos - Por Ricardo Pittas

Esses dias comentei no twitter que estava atualizando meu blog com os textos antigos. A frase, um tanto ambígua, logo levantou questionamentos. Como seria possível atualizar um blog com textos antigos?
Ainda que tivesse uma explicação para a frase isto levou-me a uma reflexão.
Sim, os textos que estou colocando no blog são antigos, recuperados de um antigo blog e que agora estão voltando ao seu espaço no mundo, mas os temas desenvolvidos continuam atuais.
E continuam atuais graças a incapacidade da administração pública de Ijuí de lidar com pequenos problemas de nossa cidade. E preocupa-me essa incapacidade pois, se nem os pequenos problemas conseguem resolver, o que farão com os grandes?
As placas com nomes de ruas continuam sendo motivo de piadas por terem sido colocadas viradas.
Muitas ruas na cidade continuam sem ter ordem nos números das casas. Esses dias mesmo tive que procurar um número na rua José Bonifácio e me abismei ao ver que, mesmo no centro da cidade a numeração não obedece uma sequência.
Passei lá nos fundos do cemitério e observei as pilhas de lixo depositadas na calçada de um dos principais acessos da cidade.
Também passei na frente do Ginasião e estão lá os entulhos depositados em terreno público.
Na Praça dos Imigrantes o lixo começa a se acumular novamente.
Continua sem “Habite-se” o prédio da Secretaria de Saúde assim como o estacionamento inexiste. A UPA ainda não saiu do papel e ninguém diz se o Conselho Municipal de Saúde será respeitado.
Não houve nenhuma proposta palpável de melhoria nas calçadas de nossa cidade.
O ajardinamento e embelezamento de áreas públicas resume-se a umas mudinhas de flores.
O IMEAB perdeu suas terras e o IFET não veio. A ASSCAMI ganhou terras e já repassou parte delas.
O DEMEI continua produzindo muito menos energia do que vende e a lei da usina eólica não foi cumprida.
O lixão continua poluindo. A cozinha comunitária foi escondida em um fundo de bairro.
Os tachões continuam nas ruas e a cidade foi crivada de quebra-molas.
A usina de asfalto só funciona com temperatura de solo acima de 16 °C. Considerando que nossa temperatura média anual é de 20,5 °C fica fácil de perceber que a usina não é passível de operação em boa parte do ano. E ela ainda inventa de estragar no verão! E também não temos funcionários qualificados para a operarem.
Enfim, os textos antigos continuam novos e merecem ser lidos e relidos. E a forma como se administra a cidade continua velha, demonstrando a falência deste modelo clientelista que perdura por tantos anos na cidade.

Publicado em www.ricardopittas.blog.terra.com.br