Das coisas que a gente sente


Da alma simples de piá
Ao gesto de pensador
Fui  descobrindo o valor
Que em nossa vida há
E a saber onde andará
Os meus gestos de firmeza
Expressado na franqueza
Que em meu ser eu carrego
Sou eu – e jamais me entrego
Para as horas de tristeza.

Com a vida eu aprendi
Seguir o mesmo compasso
Ao dar firme cada passo
Pra nunca fugir de si
E poder andar por aí
Firme, sóbrio e sorridente
Para mostrar que sou gente
Que coisas boas possuo
E a nada substituto
O que carrego na mente.

E como o tempo passou
Ainda me sinto um menino
Sem nunca perder o tino
Que a vida me legou
E olho a mim, quem sou ?
Com essa vontade imensa
Com essa ternura intensa
Apenas, sou mais um ser
Que busca assim viver
Honrando as coisas que pensa.

Me perco, me acho e sigo
O meu rumo itinerante
Reforçando a  cada instante
O que penso e o que digo
Amigo de meus amigos
Sou eu e jamais me calo
Acredito no que falo
Tenho um coração humano
Que às vezes, por profano
É bem melhor eu guardá-lo.

Aprendi lutar desde cedo
com  as injustiças da vida
Com uma alma sofrida
Trancafiada de segredos
Eu compreendi que o medo
Nada mais é que uma imagem.
E que é pura bobagem
O forte fazer alarde;
“que as vezes pra ser covarde
Precisa muita coragem...”


Na ânsia de ser alguém
Em um andar itinerante
Com um sentimento gigante
Que do fundo da alma vem
E cuja essência tem
Ressentimentos, valores
Saudade, tristezas, dores
Mas a maior alegria
O verso – que com magia
Faz brotar novos amores...

Não uso demagogia
Pra conquistar o que quero
Apenas eu reitero
As tristezas e alegrias
E minha filosofia
Muito mais que irreverente
Só mostra constantemente
Sua expressão melancólica
é a afirmação simbólica
Das coisas que a gente sente !!

José Augusto Fiorin