Educação Infantil: 3 contos para desenvolver aceitação e auto-estima


Katia Canton, Nye Ribeiro e Rosane Pamplona refletem sobre a importância de aceitarmos quem somos

Salvar
Por: Soraia Yoshida


Crianças crescem com mais confiança quando desenvolvem aceitação e auto-estima desde cedo   Foto: Shutterstock

Aceitar quem nós somos, como nossas fraquezas e fortalezas, nem sempre é uma tarefa fácil. Para as crianças, a auto-estima é importantíssima para desenvolver sua confiança e permitir que cresçam com autonomia e capazes de aceitar a si mesmos e aos outros. Para promover a aceitação, NOVA ESCOLA selecionou três contos de autores brasileiros que tratam do tema e que podem ser lidos e explorados na Educação Infantil ou mesmo nos primeiros anos do Ensino Fundamental.

Ilustração: Biry Sarkis

Rosane Pamplona nos introduz à vida difícil de um cocozinho que é desprezado por todo mundo, até que alguém lhe faz um elogio. Como assim?

“Era uma vez um cocô. Um cocozinho feio e fedidinho, jogado no pasto de uma fazenda.
Coitado do cocô! Desde que veio ao mundo, ele vinha tentando conversar com alguém, fazer amigos, mas quem passava por ali não queria saber dele:
- Hum! Que coisa fedida! - diziam as crianças.
- Cuidado! Não encostem na sujeira! - avisavam os adultos.
E o cocozinho, sozinho, passava o tempo cantando, triste:
Sou um pobre cocozinho
Tão feinho, fedidinho
Eu não sirvo para nada
Ninguém quer saber de mim...”

Ilustração: Silvana Rando

Nye Ribeiro introduz a história da joaninha Filó, que saiu de casa toda arrumada para visitar sua tia Matilde, mas não contava com tantos palpites alheios.

“Filó, a joaninha, acordou cedo.
- Que lindo dia! Vou aproveitar para visitar minha tia.
- Alô, tia Matilde. Posso ir aí hoje?
- Venha, Filó. Vou fazer um almoço bem gostoso.
Filó colocou seu vestido amarelo de bolinhas pretas, passou batom cor-de-rosa, calçou os sapatinhos de verniz, pegou o guarda-chuva preto e saiu pela floresta: plecht, plecht...
Andou, andou... e logo encontrou Loreta, a borboleta.
- Que lindo dia!”

Ilustração: Sérgio Ramos

Kátia Canton traz a história do menino Nino, que tinha muita dificuldade em fazer amizades e se sentia sozinho. Até que ele se viu diante de um espelho.

“Nino, por que você está sempre tão sério e cabisbaixo?
Nino vivia triste. Ele se sentia sozinho. Ninguém queria ser amigo dele.
Pobre Nino.
Um dia, na praia, ele ficou esperançoso de encontrar um amigo.
- Ah, um menino. Quem sabe..., e tentou chegar perto dele.
Mas o menino virou para o lado, cavou um buraco.
E ainda jogou areia no Nino.
Coitado dele.
Outro dia, na escola, ele tentou puxar conversa com uma colega de turma. Olhou para a menina, que era toda sardenta, uma graça. Esboçou um sorriso e tentou puxar assunto.
Mas estava tão acostumado a ficar calado e sério que as palavras demoraram a sair de sua boca.”
 Fonte: Nova Escola