Para quem está preocupado com o desenvolvimento socioemocional do aluno, este é um momento entusiasmante. Muitos programas escolares de aprendizagem socioemocional estão sendo amplamente utilizados. E um número cada vez maior de estados nos EUA (e também no Brasil) está integrando objetivos de aprendizagem socioemocionais em suas referências curriculares. Quando bem implementados, eles trazem benefícios acadêmicos, sociais e emocionais.
Até recentemente, algo estava faltando. Para ser mais específico, havia poucas ferramentas úteis para avaliar competências socioemocionais. E isso deixava educadores em desvantagem. Sem uma boa avaliação, é difícil para gestores decidirem em quais recursos investir; é difícil para professores adaptarem aulas com base nos pontos fortes e nas necessidades dos alunos; é difícil avaliar a reação dos alunos após às aulas; e é difícil se envolver na melhoria contínua baseada em dados.
Em outras palavras, é difícil traçar um caminho sem que se tenha uma bússola em mãos.
Mas isso está mudando. Financiadores e outras organizações estão se concentrando em como criar avaliações socioemocionais práticas. Paralelamente, um número crescente de empresas, incluindo a minha, está desenvolvendo e comercializando métodos baseados em tecnologia para avaliação.
E assim, o problema está mudando rapidamente do que podemos fazer com recursos escassos de avaliação para como podemos escolher a avaliação correta. Esse é um bom problema para ter, e só vai piorar (melhorar?). Aqui estão algumas sugestões para lidar de maneira produtiva com o problema da abundância.
Motivos para avaliar
Uma questão chave é por que avaliar o lado socioemocional do aluno. É muito importante entender isso, pois cada avaliação é válida para alguns propósitos, mas não para outros. Os propósitos comuns incluem avaliação formativa, avaliação do programa, monitoramento do progresso, avaliação sumativa, diagnóstico, triagem, melhoria contínua e responsabilização. Um objetivo claro estabelece as bases para a seleção de uma avaliação que seja válida para alcançar seu propósito específico – aumentando as chances de que isso será útil e reduzindo as chances de consequências negativas não intencionais.
O que avaliar
A próxima pergunta é exatamente o que avaliar. Isso é importante porque o conceito socioemocional significa coisas diferentes para pessoas diferentes – mas a maioria concorda que inclui muitas partes.
Uma maneira útil de classificar as muitas coisas incluídas no conceito socioemocional é dividi-lo em habilidades de pensamento (como a capacidade de entender as intenções de outra pessoa), habilidades comportamentais (como a capacidade de entrar em uma conversa ou atividade) e crenças e atitudes (como autoeficácia ou mentalidade de crescimento). O autocontrole tem elementos de pensar, fazer e autoconfiança.
É útil para qualquer pessoa que queira avaliar (e abordar) o lado socioemocional começar com uma estrutura ampla, como o modelo CASEL, e identificar as habilidades de pensamento, habilidades comportamentais, crenças e habilidades de autocontrole que são a prioridade mais alta para seu ambiente e seus alunos.
Tipos de avaliação
A clareza sobre por que e o que avaliar é particularmente útil para descobrir o como. Cada estratégia de avaliação tem um ponto forte dependendo do que se pode avaliar e qual objetivo pode alcançar.
Avaliações diretas: crianças demonstram suas habilidades resolvendo tarefas socioemocionais desafiadoras – adequadas para avaliar habilidades de raciocínio;
Escalas de avaliação: os professores avaliam a frequência com que um aluno demonstra uma série de comportamentos – são adequadas para avaliar habilidades comportamentais;
Questionários autoavaliativos: alunos avaliam a relevância de afirmações a respeito de si próprios – adequados para avaliar as atitudes e as crenças dos alunos sobre suas habilidades;
Sistemas observacionais estruturados: professores esperam comportamentos específicos durante atividades específicas – adequados para avaliar o comportamento.
Minha leitura é que as avaliações socioemocionais existentes são apropriadas para avaliação formativa, avaliação programática e esforços de melhoria contínua, mas não para fins de punição, promoção ou compensação salarial.
Os desenvolvedores de avaliações devem ser capazes de descrever os usos apropriados de suas avaliações e oferecer evidências de apoio. Tenha certeza de que a avaliação que você procura consegue fazer o que você precisa.
Como usar dados de avaliação
Ok, agora você já sabe por que e o que quer avaliar. Seus principais interessados também entendem os quês e porquês. Você encontrou uma solução de avaliação que medirá o que lhe interessa e tem as propriedades técnicas para atingir suas metas de avaliação. Você avalia os alunos e coleta muitos dados.
E agora?
Os materiais orientadores são úteis. Por exemplo, algumas instituições oferecem bancos de planos de aula e outros recursos para ajudar educadores a identificar as ações que podem tomar baseadas no que eles aprenderam com as avaliações. Além disso, muitas escolas que adotam uma avaliação socioemocional também colocam em prática um programa do gênero. Assumindo que a avaliação mede o que o programa ensina, é natural usar os achados da avaliação para decidir em quais unidades curriculares deve se concentrar maior esforço.
Processos fortes de revisão de dados são ainda melhores. Um relatório de avaliação que ninguém analisa não ajudará ninguém. As avaliações beneficiam o ensino e a aprendizagem quando estão integradas na revisão e reflexão dos dados de avaliação dos alunos. Nesse contexto, as descobertas da avaliação podem servir como base para desenvolver hipóteses sobre o que está acontecendo com os alunos. O planejamento das aulas torna-se o momento de desenhar experimentos que testem essas hipóteses.
Educadores que se importam e estão trabalhando para apoiar o desenvolvimento socioemocional positivo das crianças devem se animar. Enquanto traçam seu caminho, existe uma bússola para guiá-los.
*** Clark McKown é fundador e presidente da empresa xSEL Labs e um premiado cientista social*** Conteudo publicador originalmente no EdSurge e reproduzido mediante autorização
Fonte: http://porvir.org/mestres-da-criatividade-curso-online-para-estimular-a-imaginacao/