Pesquisadores de Stanford (EUA) apontam alguns dos principais desafios que o país terá que enfrentar para melhorar seus resultados educacionais
por Marina Lopes
Em um cenário dominado pelo debate a respeito da implementação de políticas estruturantes, como a homologação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e a Reforma do Ensino Médio, o Brasil tem a chance de mudar os seus resultados educacionais. No entanto, os próximos anos serão fundamentais para determinar se essas ações poderão gerar impacto na sala de aula.
Durante o 7° Seminário Internacional do Centro Lemann, realizado na última semana em São Paulo (SP), os pesquisadores Martin Carnoy, David Plank, Eric Bettinger e Paulo Blikstein, de Stanford (EUA), discutiram alguns dos principais desafios que a educação brasileira deve enfrentar nos próximos anos. Confira os principais pontos:
Mudar a formação de professores
Na avaliação do professor Martin Carnoy, do Centro Lemann de Stanford, o principal desafio do país não está em atrair os melhores estudantes para a docência, mas em repensar que tipo de formação está sendo oferecida para quem está na universidade ou na sala de aula.“O problema que temos que mudar é o pensamento sobre a preparação dos professores. Esse é o desafio”, afirma o pesquisador.
Na avaliação do professor Martin Carnoy, do Centro Lemann de Stanford, o principal desafio do país não está em atrair os melhores estudantes para a docência, mas em repensar que tipo de formação está sendo oferecida para quem está na universidade ou na sala de aula.“O problema que temos que mudar é o pensamento sobre a preparação dos professores. Esse é o desafio”, afirma o pesquisador.
Revalorizar as escolas de educação
Ainda com foco na preparação dos profissionais de educação, o professor brasileiro Paulo Blikstein, da Universidade Stanford, chama atenção para a necessidade de incluir as escolas de educação no debate, que foi ocupado por pesquisadores de outras áreas de conhecimento. “Hoje, no Brasil, as principais pessoas que prescrevem receitas sobre educação são os economistas. Na maioria dos casos, são ótimas pessoas, mas o balanço de poder está desproporcional”, analisa. Por outro lado, ele diz que as instituições formadoras devem ser mais inclusivas. “Elas precisam aceitar o engenheiro, o economista e o estatístico. Muitas vezes, é impossível entrar na carreira de professor se você não fez um mestrado ou doutorado tradicional.”
Ainda com foco na preparação dos profissionais de educação, o professor brasileiro Paulo Blikstein, da Universidade Stanford, chama atenção para a necessidade de incluir as escolas de educação no debate, que foi ocupado por pesquisadores de outras áreas de conhecimento. “Hoje, no Brasil, as principais pessoas que prescrevem receitas sobre educação são os economistas. Na maioria dos casos, são ótimas pessoas, mas o balanço de poder está desproporcional”, analisa. Por outro lado, ele diz que as instituições formadoras devem ser mais inclusivas. “Elas precisam aceitar o engenheiro, o economista e o estatístico. Muitas vezes, é impossível entrar na carreira de professor se você não fez um mestrado ou doutorado tradicional.”
Entender o papel da tecnologia na educação
Para Blikstein, os educadores também devem reconhecer que ferramentas digitais são aliadas na sala de aula, ao invés de imaginar que elas irão ocupar o seu espaço de trabalho. “A tecnologia não substitui um professor, da mesma forma que um médico usa tecnologia para melhorar a sua prática”, exemplifica.
Para Blikstein, os educadores também devem reconhecer que ferramentas digitais são aliadas na sala de aula, ao invés de imaginar que elas irão ocupar o seu espaço de trabalho. “A tecnologia não substitui um professor, da mesma forma que um médico usa tecnologia para melhorar a sua prática”, exemplifica.
Crédito: Divulgação
Rever materiais didáticos
Não são apenas as instituições responsáveis pela formação de professores que precisam mudar. De acordo com David Plank, professor pesquisador da Escola de Educação da Universidade de Stanford e codiretor do Centro Lemann, os materiais didáticos também devem ser revistos para gerar impacto na sala de aula. “Temos a Base Nacional, a escola de tempo integral e uma série de políticas, mas elas não fazem grande diferença sem foco na implementação.”
Não são apenas as instituições responsáveis pela formação de professores que precisam mudar. De acordo com David Plank, professor pesquisador da Escola de Educação da Universidade de Stanford e codiretor do Centro Lemann, os materiais didáticos também devem ser revistos para gerar impacto na sala de aula. “Temos a Base Nacional, a escola de tempo integral e uma série de políticas, mas elas não fazem grande diferença sem foco na implementação.”
Alinhar avaliações com a Base
O esforço para tirar a BNNC do papel também vai exigir novos modelos de avaliações. Na avaliação de David Plank, elas precisam estar alinhadas com o documento para de fato mudar o que acontece dentro das escolas.
O esforço para tirar a BNNC do papel também vai exigir novos modelos de avaliações. Na avaliação de David Plank, elas precisam estar alinhadas com o documento para de fato mudar o que acontece dentro das escolas.
Envolver as famílias no processo educacional
Diante de todas os possíveis desafios para a educação brasileira nos próximos anos, o economista Eric Bettinger, também de Stanford, destaca que é fundamental contar com o apoio das famílias para mudar o sistema educacional. “Se não recebermos a ajuda dos pais, nunca vamos ter os resultados esperados”, diz.
Diante de todas os possíveis desafios para a educação brasileira nos próximos anos, o economista Eric Bettinger, também de Stanford, destaca que é fundamental contar com o apoio das famílias para mudar o sistema educacional. “Se não recebermos a ajuda dos pais, nunca vamos ter os resultados esperados”, diz.
Fonte: Porvir